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Putin completa anexação da Crimeia sob críticas do Ocidente

Do UOL,em São Paulo

21/03/2014 08h58Atualizada em 21/03/2014 09h42

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na manhã desta sexta-feira (21), a lei que finaliza o processo de anexação da península da Crimeia.

De acordo com a legislação russa, a partir de agora, a região, que desde 1954 pertencia à Ucrânia, faz parte do território russo.

A anexação segue sob fortes críticas da comunidade internacional e acontece um dia depois do anúncio de sanções econômicas e diplomáticas dos Estados Unidos e da União Europeia. A assinatura acontece menos de uma semana depois do referendo realizado na península no último domingo (16), em que a maioria da população, de origem étnica russa, votou pela anexação da região à Rússia.

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Durante a cerimônia em que assinou a lei anexando a Crimeia, realizada no Kremlin, em Moscou, Putin disse que a anexação é um "evento memorável".

Na última quinta-feira (20), o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou uma segunda rodada de sanções a autoridades e empresários russos.

O pacote de sanções inclui 20 oficiais, conselheiros e amigos íntimos do presidente russo Vladimir Putin, que tiveram seus bens nos Estados Unidos congelados e estão impedidos de viajarem ao país.

No mesmo dia, o presidente Vladimir Putin anunciou sanções aos Estados Unidos.

Os vice-conselheiros de segurança nacional dos Estados Unidos Ben Rhodes e Caroline Atkinson e os senadores John McCain, Harry Reid, Mary Landrieu, Dan Coats e Robert Menendez estão entre os norte-americanos impedidos de entrar na Rússia, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Na Crimeia, a tensão na região continua a aumentar. Na última quinta-feira (20), homens uniformizados não-identificados tomaram três navios ucranianos. De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras, os canais de TV ucranianos foram desligados e pelo menos 90 ataques a jornalistas foram registrados. Dois jornalistas ucranianos estão desaparecidos. 

O governo da Ucrânia anunciou, há dois dias, um plano para retirar os cerca de 25 mil militares e seus familiares da região, o que abre espaço para a tomada total do controle na região.

A Crimeia, que abriga a frota russa no mar Negro, foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou seu controle à Ucrânia.

Após a queda do ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em fevereiro, as populações das regiões sul e leste do país foram às ruas para protestar contra o que consideraram um golpe de Estado.

A Rússia, aliada de Yanukovich e com interesses na região, apoia esse movimento.

A península da Crimeia, de maioria étnica e língua russas e atualmente com um regime de república autônoma da Ucrânia, está sob controle de forças pró-Moscou desde 28 de fevereiro.